
Os diferentes movimentos estudantis do Brasil contribuíram para que muitas transformações históricas pudessem ter palco. Ao reunirem-se em grupos organizados, estudantes conseguiram dar voz às suas reivindicações e serem ouvidos.
A história dos movimentos estudantis brasileiros muitas vezes se confunde com a própria história do país. Considerando que, esses ativistas tiveram importante papel em acontecimentos históricos diversos.
Origens dos movimentos estudantis brasileiros

O movimento estudantil brasileiro começou a tomar forma já durante o Brasil Colônia. No período conhecido como Inconfidência Mineira, que ocorreu no ano de 1788. Estudantes unidos participaram dessa revolta separatista, lutando contra os impostos cobrados pela Corte Portuguesa.
No ano de 1901 houve a fundação de uma instituição que recebeu o nome de Federação dos Estudantes Brasileiros. Mas, atuou por pouco tempo.
Isso já demonstrava a necessidade de unir os estudantes em um caráter nacional a fim de ter suas reivindicações ouvidas. Sendo assim, considera-se que os movimentos estudantis do país começaram de fato a partir da fundação da UNE (União Nacional dos Estudantes). Esta ocorreu em agosto do ano de 1937.
Essa instituição, caracterizada pela união de estudantes por todo o país, foi idealizada a partir da Revolução de 1930.
Surgiu devido à diversidade de propostas que estava em uma crescente e fazia com que os estudantes manifestassem a vontade de ter uma única entidade que os representasse. O objetivo era a busca por um ensino de qualidade e por uma sociedade mais justa.
Isso representou uma mudança radical na dinâmica do movimento estudantil, que passou a ter maior expressão nacional. Começou, então, a expansão dos movimentos estudantis pelo país, em uma busca por fortalecimento.
A criação da UNE se deu durante o Estado Novo. Nesse período, havia uma relação de proximidade entre governo e estudantes. Mas, isso viria a mudar com o advento da Segunda Guerra Mundial e consequentes protestos contra os governos totalitários.
Os movimentos estudantis tiveram participação expressiva e fundamental durante o período da Ditadura Militar. E, continuam a ter importante representação nas decisões políticas atuais.
Principais manifestações
Uma das participações mais expressivas do movimento estudantil brasileiro se deu durante o período da Ditadura Militar brasileira.
Quando o golpe de 1964 foi consolidado, a sede da UNE foi invadida e incendiada. Essa ação foi considerada uma clara demonstração do incômodo que os militares em relação à mesma.
Durante o período da Ditadura, centenas de pessoas foram presas, torturadas e executadas. A censura crescia exponencialmente. Os estudantes passaram a se manifestar com frequência contra o regime, sendo duramente reprimidos.
O fim da Ditadura Militar culminou com os movimentos das “Diretas Já!”, que visavam a eleição direta para presidente. Movimento esse que contou com forte participação estudantil.

O movimento dos Caras-pintadas também é tido como uma das principais manifestações dos movimentos estudantis. Neste, jovens protestaram contra as medidas tomadas pelo então presidente Fernando Collor, o Plano Collor.
Atualmente, uma das manifestações mais expressivas está relacionada aos protestos contra o aumento do passe de ônibus, ocorridos durante o ano de 2013 e que sofreram forte repressão policial.
Mais recentemente, o movimento estudantil também teve presença nos protestos realizados contra o governo Michel Temer e também no movimento intitulado como Ele Não, manifestações que buscavam protestar contra a eleição do então deputado federal Jair Bolsonaro, atualmente presidente do Brasil.
Líderes
Quando falamos dos movimentos estudantis brasileiros, tem-se como líderes as entidades organizadoras dos protestos, visto que esse movimento é composto principalmente por grupos.
Pode-se citar os diferentes Diretórios Centrais Estudantis, chamados DCE, as Uniões Estaduais dos Estudantes (UEE) e a própria UNE, que teve papel fundamental no desenvolvimento do movimento brasileiro.
O principal objetivo dessas frentes é buscar melhorias na educação e maior justiça social.
Devido à forte ligação entre os movimentos estudantis e as decisões políticas, muitos estudantes acabam por ingressar no cenário político devido à sua participação nesses movimentos.
Resultados favoráveis
Os diferentes movimentos estudantis brasileiros tiveram muitas conquistas importantes tanto na área da educação quanto na política. Dentre elas pode-se citar a participação política que garantiu o direito ao voto aos jovens de 16 anos, com a intenção de fazer com que os mesmos pudessem participar do processo eleitoral.
Os protestos de 2013 também garantiram a vinculação de 75% dos royalties do petróleo e 50% do fundo social do pré-sal para a educação.
Por fim, pode-se citar a reserva de vagas nas universidades. Conquista obtida no ano de 2012 que garante a destinação de 50% das vagas disponíveis em universidades e institutos federais para estudantes provenientes de escolas públicas. A medida se mantém em vigor até então.
Os movimentos estudantis obtiveram importantes conquistas por meio da sua forte participação política, tendo fundamental importância na evolução histórica do Brasil.
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