Na cultura ocidental, categorizamos diferentes momentos da arte ao longo da história. Em função disso, costumamos destacar fases como a da arte romana, da arte medieval e da arte renascentista, por conta da contribuição peculiar de cada uma delas em relação ao entendimento de seu tempo.
Na prática, quando falamos em história da arte do cristianismo, estamos tratando de algo que se confunde com a própria história do ocidente. Imagine tamanha importância!
O fato é que foi o cristianismo o responsável por distinguir o que se fez na Europa por cerca de dois milênios. É sobre isso que nos aprofundaremos na sequência. Acompanhe!
Sua origem foi na Roma antiga?
A civilização romana foi uma das mais marcantes da história. Quando pensamos na arte do cristianismo nesse período, precisamos considerar a chamada arte primitiva cristã.
Compreendendo o período de cinco séculos a partir do nascimento de Cristo, a arte primitiva cristã, por sua vez se divide em duas fases. A primeira é a Catacumbária, anterior ao Édito de Milão. Este homem foi quem reconheceu o Cristianismo como religião oficial do Império.
Já a segunda, é a fase cristã primitiva propriamente dita, posterior ao Édito.
Na fase Catacumbária, como o nome sugere, as principais manifestações artísticas se resumiam às catacumbas, entre os séculos I e IV. O que marca esse período é justamente a perseguição que os cristãos sofriam, o que os obrigava a buscar refúgios para preservar sua fé. Isso se dava nos arredores de Roma, onde ficavam as catacumbas.
Já em um segundo momento, a partir de 313 d.C, as igrejas começaram a se proliferar pelo território romano, levando consigo sua expressão de arte.
É por isso que os primeiros templos cristãos trazem traços típicos da tradição arquitetônica dos prédios públicos romanos. Basílica, originalmente, é o nome dado a prédios administrativos do império.
A fase do cisma no Oriente
A partir da divisão do Cristianismo entre Ocidente e Oriente, surgem novos elementos definidores da arte cristã.
A Arte Bizantina, com epicentro em Bizâncio, marcou a arte cristã do Oriente, sendo profundamente marcada por traços da cultura clássica, especialmente grega.
Já pelo lado ocidental, a arte românica se tornou conhecida por agregar elementos de culturas ainda mais variadas, como dos povos bárbaros e da própria arte bizantina.
A arte bizantina é fortemente marcada pelo mosaico. Esta técnica constrói uma imagem formada por pequenas peças reunidas, predominantemente douradas.
Essa influência permanece nos dias de hoje nas igrejas modernas.
E a arte românica?
Já a arte românica, entre os séculos XI e XIII, marca a Idade Média europeia, na qual os valores cristãos passam a atingir os mais variados aspectos da vida das pessoas. É o tempo em que o teocentrismo está em evidência, sendo a igreja a representante de Deus na terra, tendo assim, poderes ilimitados.
Essa condição se expressa na arquitetura das igrejas, verdadeiras fortalezas de Deus, sempre grandes e requintadas. Também na pintura, onde as narrativas eram apresentadas, a ideia era representar essa presença da religiosidade.
Cristo, por exemplo, era sempre maior nas imagens onde aparecia. Igualmente, técnicas como do mosaico, também serviam para aperfeiçoar as decorações dos murais.
A escultura, por sua vez, era instrumento de decoração dos elementos principais dos edifícios. Em geral, servia como recurso de orientação visual para quem chegava às igrejas.
Outra importância da igreja nesse período está na preservação da arte ocidental. Manuscritos eram copiados pelos monges, salvaguardando textos religiosos e a literatura clássica.
O cristianismo no Renascimento
Com o Renascimento, o centro do universo deixa de ser Deus (teocentrismo) e passa a ser o homem (antropocentrismo). Sendo assim, o protagonismo da igreja do período anterior é retirado, porém não diminui a importância da arte cristã.
É no Renascimento que vemos manifestações artísticas como “A Criação de Adão”, de Michelangelo. Pintura na qual Deus é exaltado na sua perfeição e o homem é retratado como criado à sua imagem e semelhança (Gênesis, 1:27).
Outros artistas como Leonardo da Vinci e Rafael Sanzio marcam a pintura renascentista. Ambos utilizavam a tinta a óleo e pelo trabalho com a noção de perspectiva.
Além disso, na escultura, vemos com mais realismo a figura humana sendo colocada em um pedestal antes restrito às divindades. Bons exemplos disso aparecem na obra “David” de Michelangelo e na “ Estátua de Brunelleschi ”, de Fillipo Brunelleschi.
A arquitetura remete ao período clássico, com o uso da geometria euclidiana. Nesta, o quadrado é a base de igrejas, catedrais e mosteiros. Podemos ver isso na Basílica de São Lourenço, de Brunelleschi em Florença.
Também na música a arte do cristianismo se faz presente. Com a adoção do estilo de polifonia coral, no qual o canto não é acompanhado por instrumentos, as músicas geralmente eram tocadas dentro das igrejas.
Entre os compositores mais conhecidos desse segmento estavam Thomas Thalis, Frei Manuel Cardoso, Josquin des Prez e Duarte Lobo.
Em função de todas essas contribuições, fica evidente a presença da arte cristã naquilo que se configurou como a cultura Ocidental. Até hoje, vemos essas manifestações em diversos setores de nossa sociedade.
Enfim, gostou de saber sobre as expressões da arte no cristianismo? Então, que tal se aprofundar no assunto com a graduação em Teologia da Unigran EAD?