A literatura é repleta de personagens marcantes e que inspiraram a vida de muitos leitores. Dentre essas personalidades criadas, temos alguns detetives que levam o título de mais queridos nesse universo.
Acompanharemos, então, um pouco sobre a construção de três detetives ilustres e que página após página encantam com sua inteligência e maestria em resolver crimes.
Hercule Poirot:
É impossível falar sobre detetives da literatura e não falar sobre o emblemático: Hercule Poirot. Criado pela intitulada “Rainha do Crime”, Agatha Christie, o detetive fez a sua primeira aparição no livro “O Misterioso Caso de Styles”.
Inclusive, dizemos que essa foi a primeira aparição, porque Hercule Poirot não desvendou apenas um ou dois casos, mas foi o protagonista de diversos títulos de sucessos da autora – ao total foram trinta e três romances e cinquenta e quatro contos.
Agatha Christie, por sua vez, disse em sua autobiografia (1977) que a criação do detetive surgiu dos belgas refugiados de guerra que fizeram da Inglaterra a sua nova casa. Com isso em mente, a autora descreveu Poirot como um homem meticuloso, organizado, muito inteligente e, acima de tudo, excêntrico.
Cada caso finalizado por Hercule é carregado de um desfecho dramático e que, de certo ponto de vista, satisfaz o seu próprio ego e afirmando que é digno do título “a maior mente na Europa”.
Constantemente ridicularizado pela polícia local, o detetive Hercule Poirot diz que pode resolver um crime estando “apenas sentado na sua poltrona”. Ele compara os seus colegas a “cães de caça humanos”, pois eles usam as pequenas pistas no chão, as pegadas e as impressões digitais como método de trabalho; enquanto que Poirot usa, como único meio, a psicologia humana e o que ele chama de “massa cinzenta”.
Sherlock Holmes:
Um nome extremamente famoso e que, por muitas vezes, foi até confundido como uma pessoa real. Sherlock Holmes! Ainda que pareça que ele tenha sido de fato real e tão familiar, a verdade é que ele é um personagem fictício que foi criado por um médico e escritor britânico chamado Sir Arthur Conan Doyle.
Não muito diferente de Hercule, o meticuloso Sherlock Holmes também carrega uma extrema inteligência e até certa obsessão na hora de decifrar um mistério. Seu nome se tornou referência quando se fala sobre detetives na literatura por sua metodologia científica e lógica dedutiva usada para chegar à conclusão mais assertiva sobre cada crime.
Holmes é um homem da ciência, da razão, pouco emocional, mas ainda assim em alguns momentos das narrativas ele acaba se rendendo a pequenas demonstrações.
Ele sabe um pouco de tudo e esse tudo inclui o violino e o box, dois hobbies que estão pouco relacionados, mas que ainda assim fazem parte da vida do nosso querido detetive.
Watson, conhecido principalmente pela frase mundialmente conhecida – “elementar, meu caro Watson” – é o fiel parceiro de Holmes. É definido como um aprendiz de detetive que narra boa parte das histórias vivenciadas por seu mestre.
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Miss Marple:
Quebrando os padrões da época temos o último detetive da lista, quer dizer, a última detetive: Jane Marple. Também criada pela Rainha do Crime, e normalmente conhecida como Miss Marple, é uma personagem de ficção presente em doze romances e em vinte contos policiais de Agatha Christie.
A Jane Marple é uma senhora solteira que vive em um vilarejo fictício de St. Mary Mead, pode até parecer uma idosa comum e que até mesmo segue o estereótipo de tricotar e cuidar de ervas daninhas em seu jardim. Mas na verdade, vez ou outra, usa seu admirável conhecimento da natureza humana para desvendar mistérios.
Sua forma de analisar as situações e desvendar crimes não parte do mesmo ponto de vista de Hercule Piorot. Marple analisa as fraquezas, forças, truques e excentricidades para ler todos os envolvidos no crime. Assim, chega em conclusões incríveis e com explicações que fazem o leitor se perguntar: “como eu não pensei nisso antes?”.
Durante os livros de Agatha Christie em que Miss Marple aparece, vemos a mesma sendo considerada confusa ou caduca. Em muitas narrativas, como em “Um corpo na Biblioteca”, sequer lhe dão créditos a sua investigação e, essas situações construídas, podem ser lidas nos dias de hoje até mesmo como uma forma de retratar o machismo da época.
Agatha Christie diz, ainda, que não é Marple que procura crimes para desvendar, mas que o mal está sempre perto dela, o que não agrada a personagem, mostrando que não é ela que escolhe estar perto de tantos assassinos.
E claro que além desses ilustres detetives temos muitos outros que se fazem presentes na literatura. Bem como outros profissionais que podem até ter te influenciado na escolha da sua carreira e que terão para sempre aquele espaço especial no coração.
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